Conto um, conto dois...quantos cantos têm a mim! Conto muitos como muitos e tantas vezes e, tantas contas que nem tenho mais conta de quantos contos ainda sou! Cantamos o que damos conta, o que vemos e o que ouvimos, o que nos dizem e o que nos mostram e adiante nós seguimos como conhecedores de nós mesmos. Pedaços é o que somos e, como pedaços, precisamos ser juntados, mas o inteiro que podemos ser jamais será descoberto, difícil ser arrebanhado.

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sábado, 3 de fevereiro de 2018

Mercador de Verdades


(Walner Mamede – 03/02/2017)



mercador caminhando entre gentios

barraca montada em cima dos trilhos

locomotiva sem freio descendo a ladeira

ajuda a vender a fé verdadeira



comprem, vocês,

mas comprem agora

verdade fresquinha

inventada na hora



todos pararam só para ver

o q o homem vendia sem mesmo nem ter

a verdade do dia, trazida no vento

verdade verdadeira que morre com o tempo



comprem, vocês,

mas comprem agora

verdade fresquinha

inventada na hora



e o povo se olhou espantado, surpreso

conversando entre si, repetiram em peso

eu quero um punhado, ó o dinheiro seu moço

toma tudo q tenho e me dá mais um pouco



comprem, vocês,

mas comprem agora

verdade fresquinha

inventada na hora



e o homem vendeu para toda a cidade

o estoque que tinha da mais pura verdade

e o povo contente, com a certeza na mão

esqueceu como usar a própria razão.