Conto um, conto dois...quantos cantos têm a mim! Conto muitos como muitos e tantas vezes e, tantas contas que nem tenho mais conta de quantos contos ainda sou! Cantamos o que damos conta, o que vemos e o que ouvimos, o que nos dizem e o que nos mostram e adiante nós seguimos como conhecedores de nós mesmos. Pedaços é o que somos e, como pedaços, precisamos ser juntados, mas o inteiro que podemos ser jamais será descoberto, difícil ser arrebanhado.

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terça-feira, 16 de setembro de 2014

Colecionador de fantasmas

Um canto criado em 17 de setembro de 2014

Eu preciso de um coração junto ao meu.
Sou um colecionador de saudades,
Mas não precisa pertencer apenas a mim,
O meu não poderá ser somente seu.
Eu preciso de um coração junto ao meu.
Sou um colecionador de memórias.
Todos os que tive deixei morrer
E no peito me assombra a história.
Eu preciso de um coração junto ao meu.
Sou um colecionador de sentimentos.
O meu partiu em cada outro que bateu
E as lágrimas desafiaram o silêncio.
Eu preciso de um coração junto ao meu.
Sou um colecionador de almas,
Que habitam meu armário e, na mente,
Revivem tudo o que já morreu.
Eu preciso de um coração junto ao meu.
Sou um colecionador de lembranças,
Que um dia foi já o presente
E o passado tornou esperança.








segunda-feira, 15 de setembro de 2014

Deus, anjo e demônio

Um canto criado em 15 de set de 2014


Desejo tua carne, teu sangue, teu corpo, tua alma.
Dê-me-os por alimento e vou sufocá-la,
Meus dedos em tua goela,
Meus olhos injetados fixos nos seus
Enquanto me derramo para dentro de ti
E desapareço por entre as frestas
De tuas lembranças mais úmidas e latejantes,
Pois sou o que há de mais triste e profundo.
Sou aquele que bebe o próprio sopro da vida.
Sou o desespero de quem perdeu o brilho da razão,
O infarto dos corações despedaçados pela dor,
A besta que caminha sobre os corpos caídos na batalha.
Estou em tudo e em todos, em nada e ninguém.
Sou deus, anjo e demônio.
Uns me chamam 'ódio', outros me chamam 'amor'.