Conto um, conto dois...quantos cantos têm a mim! Conto muitos como muitos e tantas vezes e, tantas contas que nem tenho mais conta de quantos contos ainda sou! Cantamos o que damos conta, o que vemos e o que ouvimos, o que nos dizem e o que nos mostram e adiante nós seguimos como conhecedores de nós mesmos. Pedaços é o que somos e, como pedaços, precisamos ser juntados, mas o inteiro que podemos ser jamais será descoberto, difícil ser arrebanhado.

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quinta-feira, 5 de janeiro de 2017

Velha companheira

(Walner Mamede – 2017)



É meu amor há muito tempo

Na minha vida é o único,

As outras que experimento

São legais, mas não é muito

Ela não é mais tão novinha,

É mais pesada do que devia

Tudo frouxo com a idade

Balança toda e, quando anda,

Treme, estrala, range e chia.

Já está até meio cansada,

Não aguenta muito esforço

E se na hora do aperto

Exigir mesmo, pra valer

Pede arrego, engasga e morre

E não tem mais o q fazer.

Mas já disse o poeta:

A idade da panela

Num atrapalha a comida.

Ela é minha e eu sou dela

E nas estradas dessa vida

Já rodamos muito juntos

Só com ela me encontro,

E sinto mais meu coração,

Até pode estar velhinha

Mas dela não abro mão.



(Uma singela homenagem à minha querida moto)