Conto um, conto dois...quantos cantos têm a mim! Conto muitos como muitos e tantas vezes e, tantas contas que nem tenho mais conta de quantos contos ainda sou! Cantamos o que damos conta, o que vemos e o que ouvimos, o que nos dizem e o que nos mostram e adiante nós seguimos como conhecedores de nós mesmos. Pedaços é o que somos e, como pedaços, precisamos ser juntados, mas o inteiro que podemos ser jamais será descoberto, difícil ser arrebanhado.

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quarta-feira, 10 de fevereiro de 2010

Anunciação



Anunciação
 (Walner Mamede Jr)

Sentirei a maciez de sua língua junto à minha,
E o cheiro excitante de sua boca febril.
Em seu lábio o ferro, ao fechar dos dentes,
Saído do corpo ardente que à mim se abriu.

Ao tocar seu púbis, enrijecidos mamilos
Roçarão meu corpo tenso, frenético e viril.
E anunciado o prazer, molhados os dedos
Joga-la-ei ao chão como troça infantil.

Abrirei suas pernas e, aninhando-me em seu meio,
Leva-la-ei ao gozo gemido na forma de pranto.
No açoite da carne, um sussurro a cada galeio
Tomará de seu ventre o odor úmido e visguento.

E, assim atracados como feras selvagens,
Enlaçados no calor e tessitura do desejo,
Trocaremos carícias de dor e prazer ardentes,
Em meio ao sangue anunciador do ensejo.

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