Walner Mamede
(Maio/2019)
Ou, ao menos, do pouco que penso ser?
Penso?! Sim! Ainda penso e, mais, penso ser aí!
Se pensar é existir, então, existo, mas desisto,
Cansado, desisto da existência, cansei de estar aqui.
Mas morrer não é o que penso, eu quero desexistir
Ser apagado como se nunca houvera lugar ocupado
Onde quer que seja. Esquecer e ser esquecido,
Desaparecer sem um mísero qualquer vestígio.
Essa é a sina de quem pensa, pois existir é amargar.
Vamos, então, nos deitar e, nesse leito de pedra,
Negar a existência em abraços por horas sem fim,
Até que o Sol nos aqueça e acorde da mentira,
Nos atirando de volta ao mundo que me prende.
Prisão que me aprisiona, mais que em ti, em mim.
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